
Orgulhosa sou do sexo que carrego entre as pernas, orgulhosa estou do periodo em que sangro e demonstro a natureza ao que venho.
Envaidecida fico quando sou galanteada, quando sou acariciada, quando sou admirada. Realizada me sinto quando meus seios incham e minhas pernas, dormentes ficam.
Admiracao brota em meus olhos quando inesperadamente a maturidade me procura, pede conselhos e sugestoes, opinioes.
Com franqueza digo nao, ponho um ponto final, cesso uma uniao.
Sinceridade exercito na pele, na carne, na voz, no corpo, na reflexao.
Com devocao recebo sua invasao, sua compulsao.
Traumatizada esboco um sorriso nos labios, venco minha desgraca e volto a amar, novamente.
Sorrateiramente, avanco pelo terreno... busco refugio, me desequilibro, me esfolo. Mas sem motivo aparente insisto nessa obcecacao.
Obstinadamente, alimento esse sentimento... fruto de ilusoes e deturpacoes, alienacao e comiseracao.
Vaidade explicita viola minha humilde graca. Volupia vence meus singelos encantos, minha delgada presenca e ofuscada por profana carencia.
Indisposta fico quando sou visitada sem emocao, quando fugazmente satisfaco, quando deploravelmente preencho o espaco.
Radiante sorrio quando a luz contrapoe meu horizonte e prevejo os maiores misterios do universo, um sorriso brota neste instante, sempre neste instante... e constato, constato.