sábado, 16 de junho de 2012

A desmistificação




Como nos perdoarmos e nos reinventarmos? Sem dúvida isto alguma vez será necessário, por mais letárgicos que possamos ser. Para alguns será um puro instinto de sobrevivência, para outros, uma evolução pessoal, de maturação.

Não podemos fazer o que nos apetece, é anti civilizacional. Controlar ímpetos e inclinações é o início dessa domesticação do nosso animal interno, porém esta censura só é salutar quando regida por nossa essência, que como dizia Sartre, sucede nossa existência.

Temos formas de nos educar, de sermos responsáveis e conscientes de nós próprios. É no entanto, uma árdua tarefa, diária e implacável. E as virtudes? Tão difíceis de se entender e praticar!

Altruísmo, solidariedade, dignidade, simplicidade e humildade. Tão exaustivas e irreais em muitos momentos. Como tudo seria mais simples se o caos fosse a ordem da vez! A impulsividade realmente nos é algo intrínseco.

Ponderação, auto consciência, responsabilidade e compromisso? Elos de pesado fardo, limitadores e infelicitáveis. Uma prisão contra natura.

Mas, não será exactamente por serem contra natura que nos são tão imperativos? Digo, se nos é algo exterior, ausente de nossa natureza, não serão por isso imprescindíveis ao nosso aprimoramento? Os ingredientes que nos faltam, o que nos completaria?

Alguém disse que isso era tudo uma bobagem, divagações e meras especulações. Afinal, esses filósofos franceses eram todos uns chanfrados e obscenos. Mas vale sermos o que somos, nos aceitarmos e já está, a vida não pára!

E se vivermos muitos anos?! Não será um pouco insuportável vivermos tanto tempo de mal com nós próprios? Quer dizer, viver assim, em negação… nos estapeando antes de dormir com a cabeça na almofada. Sou da opinião de que é um pouco doloroso demais. Com o aumento da expectativa de vida, mais vale começarmos a tentar resolver essas questões, talvez refletir um pouco sobre nós, pensar naquela nossa atitude errada e nos nossos repetidos mesmos erros consecutivos relativos ao mesmíssimo assunto, eles talvez sejam somente uma forma de não esquecermos de analisar de verdade aquela importante questão interior.

E alguém acrescentou… sim, esse tal erro talvez seja um simples pretexto para nos fazer pensar, pensar naquilo que naturalmente não queremos pensar. Não são os naturalismos induzidores ao erro?

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