
A queda foi pesada, o desacreditar era muito real e aquela dor era justificada, justa.
Ela nao sabia por onde comecar, nem sequer se podia recomecar. Mas foi durante esse cancer que ela nasceu, finalmente ela nasceu! Anos foram precisos para estar pronta para emergir, sua casca estava se rompendo e de seu corpo ela nascia.
Ofegante, teve seu primeiro orgasmo e ele foi seu, somente seu, dela. O medo se dissipava cada vez mais e o desprezo alheio, a arrogancia e ate a ojeriza, eram subtraidos, ja nao machucavam porque agora ela sabia, compreendia quase que perfeitamente essa mistica dinamica da vida, seus niveis e processos.
Estava a comecar a ser mulher, ja a tinham penetrado algumas vezes. Nao em sua vagina mas em sua psique e sua alma. Ja a haviam engravidado tambem. Seu filho estava a crescer... Quer aprender a viver.
Seu corpo reclama pelo que ja teve uma vez. Ele quer suar e vibrar novamente e seu cerebro procura alguma languidez.
Mas ela nao preve, prefere o casual, o reencontro natural. Espera intensificar algo em si mesma, ser sua unica estrutura, seu definitivo lar.
" Que sejas tu a minha bussola. Que aconteca segundo as tuas recomendacoes. Quando sentir, avancarei, me entregarei louca e despudoradamente para logo em seguida retornar curada, sa e jubilosa, a mim mesma."